A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, está unindo grandes empresas do setor farmacêutico para a realização de projetos colaborativos de inovação. “O modelo de financiamento disponibiliza 1/3 de recursos não-reembolsáveis à indústria, com a possibilidade de duas ou mais empresas se unirem para o desenvolvimento de uma nova tecnologia, de forma colaborativa”, explica o diretor de planejamento e gestão, José Luis Gordon.
Um dos primeiros projetos foi a parceria entre o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), a Phytobios e o Aché, firmada em dezembro de 2017, em Campinas. O objetivo é identificar substâncias da biodiversidade brasileira que permitam desenvolver novos fármacos para a área de oncologia e dermocosméticos. O investimento inicial é de R$ 10 milhões, sendo a metade desse valor paga pela Aché, 33% pela Embrapii e 17% a cargo do CNPEM. A Phytobios executa as expedições para coleta das amostras biológicas a serem testadas.
Em janeiro de 2018, o Centro de Química Medicinal de Inovação Aberta da Unicamp (CQMED), credenciado à Embrapii, firmou uma parceria com o Aché e a Eurofarma para o desenvolvimento de novos medicamentos oncológicos e anti-infecciosos. Pela primeira vez no Brasil, as pesquisas serão baseadas no chamado modelo de inovação aberta – ou seja, todo o conhecimento do potencial terapêutico dos alvos biológicos, adquirido até a fase de validação, será de domínio público e poderá ser utilizado na identificação e desenvolvimento de moléculas patenteáveis, após terminada a fase dos estudos.
O projeto, com investimento inicial de R$ 8,4 milhões, visa à pesquisa de novas moléculas para o desenvolvimento de anti-infecciosos, no caso da Eurofarma, além de medicamentos voltados ao tratamento de câncer, no caso do Aché. A Embrapii financiará R$ 1,8 milhão por empresa (total de R$ 3,6 milhões nesta conformação) com recursos não reembolsáveis, sem a necessidade de devolução do montante. O restante será financiado pelas empresas.
“Essa integração permite, ao longo do estudo, uma colaboração internacional, com trocas de experiências, conhecimento e profissionais”, ressalta Gordon. Segundo ele, também oferece uma ampla lista de vantagens, como a divisão de risco, economia de recursos financeiros e redução da redundância na pesquisa, evitando testes desnecessários com moléculas que não foram aprovadas anteriormente.
As empresas interessadas em apresentar projetos e firmar parceria com alguma das 42 unidades credenciadas do Emprapii podem acessar aqui e contatar diretamente a instituição.
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