Li, estupefato e com estranheza, a nota da AMHB (Associação Médica Homeopática Brasileira) em resposta à ABFH (Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas), que se oferecera para participar da organização de atividades científicas do “XXXIII Congresso Brasileiro de Homeopatia 2016”, a se realizar, em Campo Grande (MS), por aquela instituição médica. A AMHB rejeitou a ajuda da ABFH e vetou a inscrição de farmacêuticos no evento.
Soa estranha a atitude da AMHB, primeiramente, porque ela aponta para o cerceamento de todos os esforços que os farmacêuticos homeopatas, tendo à frente a sua representação – a ABFH – vêm empregando, com vistas a construir a indispensável e construtiva atividade multiprofissional envolvendo profissionais das duas e das demais áreas. A Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas propôs colaborar na construção da grade científica voltada para o farmacêutico, “além de compor atividades interdisciplinares”.
Também, porque rejeitar a inscrição dos farmacêuticos no evento, por mais argumentações de que se valeu a entidade médica, significa não reconhecer a altíssima qualificação da farmácia homeopática brasileira, o que a coloca entre uma das mais avançadas e respeitadas, no mundo inteiro. O modelo homeopático do Brasil é referência internacional. A rejeição da AMHB, portanto, tornará o “XXXIII Congresso Brasileiro de Homeopatia 2016” um evento menor.
Quero reforçar, em comum com a ABFH, que os farmacêuticos homeopatas brasileiros são excelências no setor, por suas excepcionais qualificações adquiridas por meio de especializações e de cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu e, também, pela prática. E mais: não se pode discutir homeopatia, deixando de fora da discussão o medicamento homeopático. Ele é fundamental para o sucesso terapêutico.
Não se pode, também, levar a homeopatia para o centro de um congresso brasileiro, sem que o evento abra espaço para uma focalização nos serviços prestados pelos farmacêuticos homeopatas, quais sejam a dispensação do medicamento, a orientação sobre o seu uso correto (inclusive racional) e a prescrição farmacêutica. A ABFH iria para o congresso, levando o seu valiosíssimo e imprescindível conhecimento sobre a harmonização e oficialização de técnicas que aprimoraram os resultados clínicos, fruto de décadas de estudos.
Sabemos que a iniciativa da AMHB não traduz o pensamento dos médicos. Isto está muito bem posto nas palavras do médico Régis Barros. Ele faz o seguinte comentário sobre a decisão da Associação Médica Homeopática Brasileira: “Sou médico psiquiatra e lamento essa postura obtusa e de não diálogo dessa entidade médica. A falta de habilidade em discutir questões éticas e do dia a dia causa isso - rompimento de relações e desgastes na imagem do médico. Os saberes sempre são complementares e não excludentes e nunca poderão ser em patentes de saber. O resultado é isso: uma categoria médica cada vez mais desgastada. Contudo gostaria de afirmar que muitos de nós, médicos, vemos o mundo de forma diferente. Então, eu lhe peço que não generalize as críticas em todos nós. Direcione-as à Associação Médica, que cometeu tal descalabro”.
Entendemos como lamentável a atitude da AMHB, e manifestamos o nosso desejo de que diretores da entidade revejam o seu posicionamento e incluam a participação dos farmacêuticos homeopatas no congresso. Ganhará, com isto, principalmente, a população, que logrará muito mais benefícios em saúde, vez que se espera que, do evento, brotem as mais importantes ideias e propostas para uma homeopatia mais forte, humanizada e de acesso a todos, com a participação dos farmacêuticos.
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