Guia da Farmácia - 15/09/2016 às 13:17:27

Dados alarmantes

O Ministério da Saúde (MS) divulgou, em julho último, os resultados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico 2015 (Vigitel) e do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Érica). Além disso, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, assinou, na ocasião, a portaria que traz as diretrizes para promoção da alimentação saudável nas unidades da pasta em todo o País. A proposta é estender essas regras aos demais órgãos e entidades da administração direta federal.

O estudo monitora fatores de risco para doenças crônicas, atualmente responsáveis por 72% dos óbitos no País. Foram entrevistados, por telefone, 54 mil adultos (18 anos de idade ou mais) que vivem nas capitais brasileiras, sobre o consumo de sódio, açúcar e a predominância da obesidade, diabetes e do tabagismo entre adultos e adolescentes.

MENOS FUMANTES

Entre os adultos, os resultados do mais recente levantamento do MS, o Vigitel 2015, são otimistas. Segundo os dados da pesquisa, houve redução de 33,8% no número de fumantes adultos nos últimos dez anos: 10,4% da população das capitais brasileiras ainda mantém o hábito de fumar. Em 2006, esse percentual era de 15,7% para o conjunto das capitais. Os homens continuam sendo os que mais fazem uso do tabaco (12,8%), ao passo que as mulheres fumantes são 8,3% dentro do total da população feminina das capitais. Há dez anos, esse número era de 20,3% entre os homens e 12,8% nas mulheres. Ainda segundo o Vigitel 2015, a frequência de fumantes no Pais é menor antes dos 25 anos de idade ou após os 65 anos de idade.

O tabaco é um fator importante no desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares. Ainda de acordo com a entidade, os custos para o sistema de saúde são de R$ 23 bilhões ao ano.

Câncer de pulmão

A biofarmacêutica Bristol-Myers Squibb encomendou uma pesquisa ao Datafolha com o objetivo de revelar o grau de conhecimento da população a respeito do câncer de pulmão, que é a principal causa de morte entre homens e a segunda entre mulheres no País.

Realizado por meio de entrevistas individuais com 2.044 pessoas, em 130 municípios, durante o mês de março último, o levantamento mostra que, embora a maioria tenha noções básicas sobre a doença, os números comprovam que há desconhecimento e falta de informação aprofundada. Assim, apesar do alto índice de respostas positivas quando questionados se sabem que a chance de sobrevivência no caso do diagnóstico da doença em estágio inicial é maior (95% de concordância), que fumantes são mais propensos a ter o câncer de pulmão (83%) e fumantes passivos (95%), ex-fumantes (88%) e não fumantes (85%) têm chance de contraí-lo, do total de entrevistados:

• 76% nunca falaram com o médico sobre a doença e 17% não sabem o que fazer para reduzir o risco de ter câncer de pulmão.

• Apenas 39% julgam-se informados sobre o câncer de pulmão. 44% da população julga-se mais ou menos informada e 17% mal informada.

• 39% não se preocupam com a doença, uma vez que não são fumantes.

• 33% da população não está tomando providências para reduzir o risco de contrair a doença.

• 25% consideram que câncer de pulmão atinge mais mulheres do que homens e 57% que o câncer de pulmão mata mais que câncer de mama, color-retal e próstata juntos.

• Aproximadamente três em cada dez brasileiros (27%) declaram conhecer alguém que tem ou teve câncer de pulmão e desta população, 19% são representados por parentes.

AÇÚCAR COMO VILÃO

A pesquisa apontou que um em cada cinco brasileiros consome doces em excesso, cinco vezes ou mais na semana. O índice é ainda maior entre os jovens: 28,5% da população de 18 a 24 anos de idade possui alimentação com excesso de açúcar. Nessa faixa etária, 30% também costuma beber refrigerantes diariamente. Esses hábitos preocupam diante do avanço de doenças crônicas, em especial o diabetes. A doença atinge atualmente 7,4% da população adulta do País, acima dos 5,5% registrados em 2006.

O diabetes é mais frequente nas mulheres (7,8%) do que nos homens (6,9%) e se torna mais comum com o avanço da idade. Apesar do alto número de pessoas com diabetes, a quantidade de internações devido a complicações da doença reduziu 11,5% nos últimos cinco anos. Em 2015, foram 67,1 internações por 100 mil habitantes contra 75,9 por 100 habitantes em 2010. Ano passado, foram registradas 137,4 mil internações por agravos da doença no Sistema Único de Saúde (SUS), a um custo de RS 92 milhões.

DE OLHO NA BALANÇA

O Vigitel 2015 levantou que 19% dos brasileiros têm o hábito de consumir refrigerante ou suco artificial em cinco ou mais dias da semana. Quando avaliado o consumo de feijão, 64,8% dos brasileiros comem o alimento quase todos os dias ou cinco ou mais vezes na semana.

Em relação ao consumo de frutas e hortaliças regularmente, 37,6% da população adulta costuma se alimentar do produto cinco ou mais dias da semana. Sendo 43,1% entre as mulheres e 31,3% entre os homens. Vale destacar ainda os hábitos em consumir doces e carnes com excesso de gordura (carne vermelha ou de frango com pele). Sobre o doce, 20,1% dos adultos consomem em cinco ou mais dias da semana, sendo 22,1% entre as mulheres e 17,6% entre os homens. Já o consumo de carnes com excesso de gordura está presente em 31,1% dos adultos. A maior frequência está entre os homens 42,6%, comparado às mulheres 21,4%.

Em relação aos adultos brasileiros, 18,9% são obesos. Este número aumenta com a idade, chegando a 32,2% nas mulheres com 55 a 64 anos. Foi verificado ainda que 53,9% dos adultos estão acima do peso nas capitais brasileiras. É maior entre homens (57,6%) do que em mulheres (50,8%).

PREOCUPAÇÃO COM OS ADOLESCENTES

Segundo dados do Vigitel 2015 e do Érica, os adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos de idade que já experimentaram cigarro são 18,5%; o levantamento foi realizado pelo MS e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com 33 instituições de ensino superior.

A proporção revela que cerca de 1,8 milhão de adolescentes nessa faixa etária já usou, pelo menos uma vez, o produto derivado do tabaco. Apesar do número ainda alto, o dado pode indicar uma tendência de queda na experimentação de cigarro entre os adolescentes do País.

Com relação a alimentação, entre os 20 alimentos mais consumidos pelos adolescentes brasileiros, os refrigerantes estão entre os seis primeiros, à frente das hortaliças, e as frutas sequer aparecem na lista.

O estudo apontou ainda que a dieta dos adolescentes brasileiros é caracterizada pelo consumo de alimentos tradicionais, como arroz (82,0%) e feijão (68,0%), e ingestão elevada de bebidas açucaradas (56,0%) e alimentos ultraprocessados, como refrigerantes (45%), salgados fritos e assados (21,88%). Esse padrão associase à elevada inadequação da ingestão de cálcio, vitaminas A e E, e ao consumo excessivo de ácidos graxos saturados, açúcar livre e sódio - mais de 80% consomem sódio acima dos limites máximos recomendados (cinco gramas por dia).

O Érica verificou, também, que 56,6% dos adolescentes fazem refeições "sempre ou quase sempre" em frente à TV. Em relação à prevalência, 73,5% dos adolescentes afirmaram passar duas ou mais horas por dia em frente às telas.

Menos da metade (48,5%) diz que "sempre ou quase sempre" toma café da manhã. E 21,9% nunca tomam. Em relação a comer com a família, 68% informaram que "sempre ou quase sempre" fazem refeição com os pais ou responsáveis.

O Érica também apontou que 17,1% dos adolescentes de 12 a 17 anos de idade estão com sobrepeso. Já 8,4% dos jovens avaliados estão obesos, sendo meninos com maior porcentagem, 10,8% e meninas, 7,6%.

A pesquisa mostrou, segundo a nutricionista e proprietária da Recomendo Assessoria em Nutrição e membro do Comitê Multidisciplinar da Campanha Doce Equilíbrio, Mareia Daskal, que os jovens fazem as suas refeições em frente a uma tela (seja TV, celular, computador, etc.), o que aumenta o consumo de alimentos industrializados. "Mas o lado positivo é que 60% deles fazem refeição com a família, o que melhora o relacionamento entre pais e filhos."

Ela também destaca que há uma tendência para um estilo de vida mais sedentário por parte do brasileiro, com muitas refeições feitas na frente da tela, ou seja, não proporcionam o gasto de calorias consumidas, aumentando o peso da população. "Porém, não adianta vilanizar o alimento, é preciso ser realista e mostrar como consumi-lo. É uma mudança de comportamento."







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