Os medicamentos genéricos ganham importância na cesta de compras dos brasileiros. É o que aponta pesquisa realizada pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (IFEPEC), em parceria com a Unicamp e com o Instituto Axxus, que ouviu 4 mil clientes de farmácias e drogarias ao longo deste ano. Segundo o levantamento, 45% dos consumidores adquiriram medicamentos predominantemente genéricos no período.
“Os genéricos possuem um grande potencial competitivo em função da economia que ele proporciona, sendo que os preços são fundamentais na escolha”, analisa Edison Tamascia (foto), presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) e responsável pela concepção da pesquisa.
O estudo também aponta a prioridade que o consumidor está dando ao preço em relação à marca na hora de escolher a categoria do medicamento. Do total de entrevistados, 33% acabaram comprando remédios diferentes do que procuravam inicialmente, sendo que 50% estavam em busca de economia. “É importante reforçar que o cliente não está indo contra a indicação médica, mas sim buscando uma alternativa real e recorrendo a recomendações dos farmacêuticos”, complementa Tamascia.
Os dados vão ao encontro dos indicadores da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos). Pela primeira vez, desde seu lançamento há 18 anos, eles foram mais receitados do que os medicamentos de referência. De fevereiro de 2017 a fevereiro de 2018, 34% das 115 milhões de receitas emitidas no país foram de genéricos, enquanto fármacos similares e de referência somaram 33% das prescrições. Para a presidente da entidade, Telma Salles, esse crescimento está relacionado também a uma maior aceitação dos profissionais da saúde. “A resistência do médico foi diminuindo por conta da qualidade, eficácia e segurança dos genéricos, que vêm se comprovando ao longo do tempo”, diz.
Os genéricos corresponderam a mais de 70% das 4,3 bilhões unidades farmacológicas produzidas no ano passado. A gama desses medicamentos disponíveis no mercado é constituída por 6.300 produtos, fabricados por 120 laboratórios diferentes. De 2014 para 2017, o número de novas drogas genéricas registradas na Anvisa saltou de 146 para 336, um incremento de 130,1%.
No grande varejo farmacêutico nacional, os genéricos também registram viés de alta, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Nos últimos 12 meses até maio de 2018, mais de 331 milhões de unidades desses medicamentos foram comercializadas, um índice 11,8% superior ao do mesmo período anterior e acima da média geral de crescimento do setor. O movimento total em vendas foi de R$ 5,3 bilhões, contra R$ 4,9 bilhões de junho de 2016 a maio de 2017.
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