OMS muda tratamento de doenças sexuais por resistência de bactérias
A crescente resistência de algumas bactérias a antibióticos fez a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançar ontem novos protocolos de tratamento para três das mais comuns doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
Segundo a organização, infecções por clamídia, gonorreia e sífilis “estão se tornando mais difíceis de tratar em razão da má utilização ou uso excessivo de antibióticos”.
Alguns desses medicamentos que, no passado, eram capazes de eliminar as bactérias causadoras dessas infecções, têm agora se mostrado ineficazes.
O pior quadro ocorre no caso das infecções por gonorreia. De acordo com a OMS, antibióticos mais antigos e baratos perderam sua efetividade no tratamento da doença. Pelo novo protocolo, os países devem deixar de usar a classe de medicamentos quinolona, da qual faz parte a ciprofloxacina, um dos mais populares.
No caso da sífilis, a OMS recomenda a utilização de uma única dose de penicilina benzatina, alternativa considerada mais efetiva do que medicamentos orais. Para a clamídia, a organização tem diferentes recomendações de acordo com o grau da infecção e o local afetado.
No Brasil, quase todas as novas recomendações da OMS já são adotadas, segundo informou o Ministério da Saúde. O órgão afirma que representantes do governo federal participaram da elaboração do documento da OMS e, como a resistência aos antibióticos já é notada em estudos nacionais, alguns protocolos foram alterados antes mesmo da diretriz da organização ser divulgada.
A única mudança ainda pendente em alguns Estados é a retirada da ciprofloxacina do protocolo de tratamento da gonorreia.
Isso é feito em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde o ministério já havia identificado a circulação de cepas resistentes ao medicamento. Nos demais Estados, há estudos sobre o tema e o medicamento deverá deixar de ser usado até o fim do ano.
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