Nesse mês da prevenção ao suicídio, o setembro amarelo, o CRF/MG alerta para o uso indiscriminado de medicamentos, o que tem contribuído para o aumento de casos de intoxicação de mortes. O mais grave é que as pessoas têm se intoxicado com medicamentos, em sua maioria, na tentativa de autoextermínio.
De todos os casos de intoxicação por medicamentos, 17.215 ou 72,35% foram tentativas de suicídio, conforme dados do levantamento feito pela consultoria IQVIA a pedido do Conselho Federal de Farmácia, no período de janeiro a julho desse ano.
Em 2019 foram registrados 117.357 casos de intoxicação. Desses, 96.193 foram por medicamentos, sendo que 85.178 foram motivados por tentativas de suicídio.
Recorrente
No período de 1997 a 2005, dados do Sistema Nacional de Informações Toxico-Farmacológicas (SINITOX) também já apontavam os medicamentos com o agente mais frequente em tentativas de suicídio por intoxicação voluntária. Dos 137.189 casos registrados os medicamentos correspondiam a 57,32% das ocorrências, principalmente nas faixas etárias de 20-29 anos e 30-39 anos.
Com relação ao agente tóxico, foi observado que medicamentos (30,3%) e associações (46,7%) entre duas ou mais substâncias foram os meios mais utilizados.
Para a presidente do CRF/MG, Júnia Célia de Medeiros, os dados são preocupantes e as pesquisas reforçam o alerta sobre o uso indiscriminado de medicamentos no Brasil. “Como profissionais de saúde que somos, nós, farmacêuticos, temos o dever de orientar e esclarecer os usuários de medicamentos sobre os riscos da automedicação e das superdosagens. Sabemos que é muito comum a farmacinha doméstica na maioria dos domicílios, mas ela pode estimular o consumo inadequado de medicamentos e ser uma facilitadora até mesmo para as tentativas de suicídio. Por isso, todo o cuidado é pouco”, ressalta a presidente.
Com informações do CFF
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