Após confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no Brasil, na quarta-feira, 26 de fevereiro, em um morador de São Paulo (com histórico de viagem à Itália), e diante dos casos suspeitos que estão em investigação em Minas Gerais (três em Belo Horizonte, um em Montes Claros e outro em Juiz de Fora), o CRF/MG apresenta orientações aos farmacêuticos para enfrentamento ao novo coronavírus.
A partir da notificação, já ocorre o isolamento do paciente. Posteriormente, conforme os protocolos do Ministério da Saúde, o caso poderá vir a ser classificado como suspeito. O passo seguinte é a realização do teste, com coleta de secreção dos pacientes, para alguns vírus mais comuns que causam síndromes respiratórias na Fundação Ezequiel Dias (Funed), bem como o específico para coronavírus na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As medidas em relação aos aeroportos são desenvolvidas pelos órgãos federais.
Os farmacêuticos em todos os níveis de atenção e cuidado à saúde devem orientar e instruir a população quanto às medidas de higiene respiratória, como lavar constantemente as mãos, sobretudo após uso de transporte público e contato com pessoas em locais de aglomeração pública; evitar levar as mãos ao nariz e aos olhos; cobrir a boca e o nariz ao espirrar. Não há motivo para discriminação de pessoas oriundas de países onde há concentração de casos da doença.
Período de incubação dos CoV
Média de cinco (5) dias, podendo chegar até dezesseis (16) dias.
Período de transmissibilidade
Transmissibilidade dos pacientes infectados por SARS-CoV é em média de sete (7) dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares do Novo Coronavírus (SARS-CoV-2) sugerem que a transmissão possa ocorrer, mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas. Até o momento, não há informação suficiente de quantos dias anteriores ao início dos sinais e sintomas uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus
Transmissão inter-humana
Todos os coronavírus são transmitidos de pessoa a pessoa, incluindo os SARS-CoV o MERS-CoV, porém sem transmissão sustentada, segundo a OMS. Quanto ao SARS-CoV-2 também já foi 7 confirmada a transmissão de pessoa a pessoa, mas ainda não está confirmada a transmissão sustentada.
Modo de Transmissão
A principal forma de transmissão dos coronavírus é por meio do contato próximo pessoa a pessoa, a partir de secreções respiratórias de uma pessoa infectada, como também pela tosse.
Fonte de infecção
A maioria dos coronavírus geralmente infectam apenas uma espécie animal ou, pelo menos um pequeno número de espécies proximamente relacionadas. Porém, alguns coronavírus, como o SARS-CoV, podem infectar pessoas e animais. O reservatório animal para o SARS-CoV é incerto, mas parece estar relacionado com morcegos. Também existe a probabilidade de haver um reservatório animal para MERS-CoV que foi isolado de camelos e de morcegos. A forma de transmissão do SARS-CoV-2 ainda não está totalmente estabelecida e continua sendo investigada, segundo a OMS.
Infecção humana pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2)
A doença pelo SARS-CoV-2 ainda está sendo descrita, à medida que a OMS consolida as informações sobre os dados da epidemia e das pesquisas realizadas. Até o momento não estão disponíveis tratamento clínico específico nem vacinas.
Definição de caso:
Situação 1: Febre* E pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) E histórico de viagem para área com transmissão local**, de acordo com a OMS, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas; OU
Situação 2: Febre* E pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) E histórico de contato próximo*** de caso suspeito para o coronavírus (COVID-2019), nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas; OU
Situação 3: Febre* OU pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para Nota Técnica 12 (11720429) SEI 1320.01.0020726/2020-89 / pg. 1 respirar, batimento das asas nasais entre outros) E contato próximo de caso confirmado de coronavírus (COVID-2019) em laboratório, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.
*Febre pode não estar presente em alguns casos como, por exemplo, os extremos de idade, imunossuprimidos ou que tenham utilizado medicamento antitérmico. Nestas situações, a avaliação clínica deve ser levada em consideração e a decisão deve ser registrada na ficha de notificação. ** Definimos como transmissão local, a confirmação laboratorial de transmissão do COVID-2019 entre pessoas com vínculo epidemiológico comprovado. Os casos que ocorrerem entre familiares próximos ou profissionais de saúde de forma limitada não serão considerados transmissão local. As áreas com transmissão local serão atualizadas e disponibilizadas no site do Ministério da Saúde, no link: saude.gov.br/listacorona. *** Contato próximo é definido como: estar a aproximadamente dois metros de um paciente com suspeita de caso por novo coronavírus, dentro da mesma sala ou área de atendimento, por um período prolongado, sem uso de equipamento de proteção individual (EPI). O contato próximo pode incluir: cuidar, morar, visitar ou compartilhar uma área ou sala de espera de assistência médica ou, ainda, nos casos de contato direto com fluidos corporais, enquanto não estiver usando o EPI recomendado.
Manifestação clínica
O espectro clínico da infecção por coronavírus é muito amplo, podendo variar de um simples resfriado até uma pneumonia severa. No entanto, neste novo coronavírus não está estabelecido completamente o espectro, necessitando de mais investigações e tempo para caracterização da doença. O quadro clínico inicial da doença é caracterizado como síndrome gripal, no entanto, casos iniciais leves, subfebris, podem evoluir para elevação progressiva da temperatura e a febre ser persistente além de 3-4 dias. O diagnóstico depende da investigação clínico- epidemiológica e do exame físico. É recomendável que em todos os casos de síndrome gripal seja questionado o histórico de viagem para o exterior ou contato próximo com pessoas que tenham viajado para o exterior. Essas informações devem ser registradas no prontuário do paciente para eventual investigação epidemiológica.
Conduta diante de caso suspeito
Em caso de suspeito, fornecer máscara cirúrgica para o paciente e o conduzir para uma sala isolada.
Para os profissionais de saúde que irão prestar atendimento: utilizar proteção para aerossóis e precauções de contato (máscara respiratória do tipo N95, proteção ocular, luvas, gorro, capote descartável). Todo equipamento de proteção individual (EPI) deverá ser descartado após a utilização, com exceção da proteção ocular.
Todos os casos suspeitos atendidos em Belo Horizonte, deverão ser notificados e discutidos imediatamente com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância a Saúde – CIEVS – BH (Contatos: (31) 3277-7767 / 7768 – 8h às 18 h de segunda a sexta-feira – ou (31) 98835-3120 – período noturno e finais de semana).
Em caso de atendimento fora de Belo Horizonte, entrar em contato com o CIEVSMinas (Contato: (31) 99744-6983).
Os casos suspeitos serão encaminhados aos hospitais de referência após discussão com CIEVS MG.
Fontes:
https://www.saude.mg.gov.br/coronavirus
https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/coronavirus
https://portal.fiocruz.br/coronavirus-2019-ncov-informacoes-para-pesquisadores
Mapa do Site